quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Apocalipse

Cartas às Sete Igrejas da Ásia
As mensagens do Senhor Jesus às igrejas da Ásia encontram-se no Apocalipse e devem, portanto, ser consideradas a partir da essência e do propósito geral daquele livro. O apóstolo João o escreveu por volta do ano 95, quando os cristãos eram perseguidos pelo Império Romano. Era um tempo de tribulação e angústia, mas a palavra do Senhor foi enviada ao seu povo para consolar, exortar e edificar, mostrando aos filhos de Deus que o inimigo não prevaleceria, pois Cristo voltaria a terra para concluir o estabelecimento do seu Reino.
As sete cartas têm estruturas semelhantes e alguns detalhes em comum, de modo que possamos ter uma visão geral das mesmas. Partindo de questões específicas das igrejas locais daquela época extraímos lições para a igreja universal em todos os tempos.
“Isto diz aquele que tem na sua mão direita as sete estrelas e anda no meio dos sete castiçais de ouro.”
(Ap 2.1.)
As aflições daqueles dias podiam gerar muitos questionamentos na mente dos cristãos, principalmente, dos mais fracos: será que o Senhor desamparou a sua Igreja? Será que ele se esqueceu de nós, ou não está vendo o nosso sofrimento? Contudo, o Senhor Jesus anda no meio dos sete castiçais de ouro, que são as sete igrejas, ou seja, ele não está ausente ou distante. Sua presença é uma realidade no meio do seu povo. As sete estrelas são os líderes das igrejas, que estão na mão direita de Cristo. Percebemos aí que eles gozam de toda a atenção e cuidado, além de estarem sob o controle e o senhorio do Mestre.
Os sete castiçais de ouro
O castiçal, símbolo da igreja, também chamado candelabro ou candeeiro, é um tipo de lamparina, com vários tubos cheios de azeite, em cujas extremidades ficam os pavios a serem acesos. A utilidade do castiçal é a iluminação. Assim acontece com a igreja. Ela existe, não como enfeite, mas para ser luz do mundo. Entretanto, isto não acontecerá a não ser que ela esteja limpa e cheia do Espírito Santo. Só existe luz quando há fogo e sua presença indica que algo está sendo consumido, queimado. Podemos pressupor algum tipo de sofrimento, algum sacrifício nesse processo. O fato dos castiçais serem de ouro mostra o valor que as igrejas têm para o Senhor.
“Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé e a tua paciência” (Ap.2.19.)
Este é um ponto comum a todas as cartas. O Senhor afirma conhecer a vida da igreja (Ap 2.2, 9, 13, 19; 3.1, 8, 15). Nada escapa à percepção daquele cujos olhos são como chama de fogo (2.18). Ele contempla o exterior: obras, serviço, e também o interior: o amor, a fé e a paciência. Ele vê o que fazemos (obras), ouve o que falamos e sabe o que somos. Esses elementos estão em evidência nas cartas. O Senhor chama a atenção para a incoerência que muitas vezes existe entre os atos, as palavras e o ser. Observe o verbo “ser”, nas formas “são” e “és” em: Ap 2.2,9; 3.9.
O fazer e o ser
As igrejas, em geral, faziam muitas obras, mas o amor e a fé nem sempre eram correspondentes. Encontramos as palavras “obra”, “serviço” e “trabalho” em Apocalipse 2.2-3, 5-6, 9, 13, 19, 22-23, 26; 3.1-2, 8, 15. Quase todos esses versículos se referem às boas obras, mas, em alguns casos, o Senhor está cobrando a essência, a motivação correta. Em Éfeso, por exemplo, o trabalho era abundante, mas o primeiro amor tinha sido abandonado. Quando a obra está destituída da fé, as ações são regidas pela religiosidade, por mero costume, obrigação ou interesses pessoais.
O dizer e o ser
O texto toca algumas vezes na questão das palavras, principalmente o que as pessoas diziam sobre si mesmas, quando, de fato, não eram aquilo. Era o caso daqueles que diziam ser apóstolos (2.2), dos que diziam ser judeus (2.9; 3.9), de Jezabel que se dizia profetiza (2.20) ou da igreja de Laodicéia que se dizia rica (3.17). O Senhor vem examinando, não a aparência ou as palavras, mas o interior, “os rins e o coração” (2.23). Com base nesse exame ele afirma que aquelas pessoas não eram aquilo que diziam.
Nomes e títulos
A palavra “nome” ocorre diversas vezes nas cartas: Ap 2.3, 13, 17; 3.1, 5, 8, 12. Percebemos que os títulos sempre foram muito valorizados, mesmo quando não correspondiam à verdade. Era o caso da igreja de Sardes que tinha nome de viva, mas estava morta. O rótulo não correspondia ao conteúdo. Muitos queriam ser chamados de profetas (2.20) ou apóstolos (2.9) sem que o fossem. Alguns grupos também tinham seus nomes em destaque, como era o caso dos nicolaítas, mas sua doutrina era falsa.
O Senhor vem mostrar a personalidade que se oculta atrás dos substantivos ou adjetivos, revelando que o mais importante é manter a fidelidade ao nome de Jesus e ter o próprio nome escrito no livro da vida, até que, na consumação dos séculos, cada servo de Deus receba um novo nome, e tenha sobre si escritos o nome de Deus, do Senhor Jesus e da nova Jerusalém.
Por ora, é importante observarmos se somos aquilo que o nosso título apresenta. As igrejas da atualidade têm sido muito criativas na definição de suas denominações. Resta saber se somos, de fato, tudo aquilo que nossa apresentação promete. O simples fato de nos chamarmos “cristãos” já é motivo suficiente para nos preocuparmos com um modo de vida coerente.
Infiltração na igreja
O Senhor denuncia a ação do inimigo dentro de algumas igrejas por meio de pessoas com posição de liderança (simbolizadas por Balaão e Jezabel) e aparência religiosa, usando de profecias (2.20), doutrinas (2.14-15) e sacrifícios (2.14, 20) para enganar o povo. Por trás de propostas aparentemente positivas estão seus verdadeiros propósitos: a ganância financeira (Balaão – Jd 11), a idolatria e a corrupção sexual (Jezabel – Ap 2.20).
Erros e acertos
As cartas mostram um tipo de balanço da vida das igrejas. Depois de um exame profundo, o Senhor mostra o resultado de sua avaliação. Ele valoriza os acertos (2.2, 6, 9, 13, 19; 3.4, 8, 10) e repreende pelos erros (2.4, 14-15, 20; 3.2, 15). Os acertos do passado são inutilizados pelos erros do presente (2.3-4). Entretanto, o Senhor declara seu amor pelas igrejas (3.19), em virtude do qual ainda está aberta a oportunidade para o arrependimento (2.5, 16, 21; 3.3, 19). Em Ap 3.9, Jesus diz à igreja de Filadélfia: “Eu te amo”. (Obs.: No Velho Testamento, Deus fez a mesma declaração à nação de Israel em Is 43.4.)
Castigo e Galardão
O Senhor exorta cada igreja no sentido do arrependimento, da vigilância e da fidelidade. Tais cartas são avisos enfáticos, pois o juízo se aproxima. O verbo “vir” está em destaque, relacionado à segunda vinda de Cristo (2.5, 16, 25; 3.3, 11). Sua vinda trará castigo (2.5, 16, 22, 23; 3.3, 16) e galardão. Ele vem buscar a sua Igreja. Naquele dia, será feita a última avaliação dos que se dizem povo de Deus. Os falsos serão arrancados como o joio do meio do trigo. Os verdadeiros, os vencedores, receberão valiosas recompensas, conforme a promessa que encerra cada carta (2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21). O prêmio dos vencedores tem, quase sempre, uma ênfase espiritual, celestial e eterna. É a tônica do Evangelho que, embora nos traga bênçãos terrenas, não está focalizado no imediatismo nem no materialismo.
Outro destaque fica por conta do verbo “ouvir” (2.7, 11, 17, 29; 3.3, 6, 13, 20, 22). Além de fazer, dizer e ser, precisamos ouvir a palavra do Senhor, pois ela indica o remédio para todos os males que afetam nossas vidas.
As cartas às sete igrejas da Ásia chegaram também a nós, não por acaso, mas pelo propósito eterno de Deus, sabendo que, em todos os tempos, ocorreriam heresias e pecados, mas haveria também um povo disposto a honrar o nome de Jesus.
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

domingo, 14 de novembro de 2010

temos que confrontar o conformismo

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CONFRONTANDO O CONFORMISMO

A um homem, que precisava de saúde, Jesus convida:
-- Levante-se e venha para o meio.
(É como se dissesse: "Levante-se e venha para a vida".)
E o homem se levantou e veio para o centro do salão, ousadamente. Ao seu primeiro convite segue o segundo:
-- Estenda a mão.
E o homem a estendeu, corajosamente.
Na verdade, o convite ao homem era um desafio para todos, inclusive para o grupo dos queriam flagrá-lo em alguma falha contra a legislação religiosa vigente. Este segundo grupo viu o poder de Deus em ação. Teve a oportunidade de pensar diferente, mas preferiu crer do modo antigo. Quando confrontado, preferiu se retirar.
Jesus nos confronta.
Jesus nos confronta quando estamos conformados com a nossa condição de vida atrofiada. Ele não quer que tenhamos vidas mirradas, mas vidas transbordantes. Ele não quer que tenhamos vidas escondidas, mas vidas que vivam no centro, na luz, corajosamente à vista de todos.
Jesus nos confronta quando estamos fechados em nós mesmos, em nossos sistemas, mesmo religiosos, em nossos egoísmos. Quando ele cura o homem, ele espera que o ajudemos nesta tarefa, não que o atrapalhemos.
Jesus nos confronta e espera uma resposta. Vamos lhe estender a mão?

Desejo-lhe um
BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

domingo, 7 de novembro de 2010

Há algumas virtudes suas que jamais seriam descobertas se não fossem as provações pelas quais você passa. ( Charles Spurgeon)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." Martinho Lutero